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Uma Páscoa para guardarmos na memória e contarmos às gerações futuras

Uma Páscoa para guardarmos na memória e contarmos às gerações futuras

Mensagem do Pastor para a Páscoa dos nossos dias

A quarentena teve início, no estado de Goiás, no meio da Quaresma. Fomos pegos todos de surpresa, obrigados ao distanciamento social e ao afastamento da nossa vida pastoral. Embora estejamos vivendo um tempo pascal totalmente atípico do que estamos acostumados, nosso arcebispo nos dá ânimo, pois Cristo Ressuscitou. “A Páscoa está aí com toda a sua força, em tantos sinais vitais de vitória sobre o egoísmo, sobre o mal e sobre a morte”, afirmou ele, no Domingo de Páscoa.

 

Dom Washington Cruz presidiu as celebrações da Semana Santa na Catedral Metropolitana de Goiânia sem a presença do povo (sine populo) com transmissão ao vivo pela PUC TV e pelas redes sociais da Arquidiocese de Goiânia. Concelebraram os bispos auxiliares, Dom Levi Bonatto e Dom Moacir Silva Arantes; o pároco da Catedral, padre Carlos Gomes; e o vigário, padre Cristiano Faria dos Santos.

 

Nesta matéria de capa, trazemos o conteúdo das homilias do Dom Washington Cruz, na Vigília Pascal, celebrada no dia 11 de abril, e no Domingo de Páscoa, celebrado no dia seguinte, na Catedral Metropolitana de Goiânia. Na semana que passou, vivemos os primeiros oito dias do Tempo Pascal que constituem a Oitava de Páscoa e que são celebrados como solenidades do Senhor. O Tempo Pascal, que começou no Domingo da Ressurreição e o viveremos até o Domingo de Pentecostes, em 31 de maio, caracteriza-se pela celebração da vitória de Cristo sobre a morte. Ele forma uma unidade e a Igreja deseja celebrá-lo como um único e prolongado dia de festa, pois é “o dia que o Senhor fez para nós, exultemos e alegremo-nos nele” (Sl 118 [117], 24).

Ele não está aqui. Ressuscitou!
Esse foi o anúncio dos anjos às mulheres que, bem de madrugada, foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. É essa a grande notícia que nós ouvimos cada ano na noite santa de Páscoa, este ano segundo o evangelista São João.

 

Páscoa no contexto do coronavírus
O caminho para a Páscoa, tínhamo-lo programado, passo a passo, semana após outra. Mas, de repente, um vírus microscópico, um inimigo invisível instalou-se, como um terremoto, na nossa programação e obrigou-nos a mudar a rota, a transformar uma quarentena forçada numa quaresma reforçada. E, assim, chegamos todos, cristãos e não cristãos, sociedade e comunidade, a esta Páscoa, com uma vida renovada. A covid-19 preparou-nos para uma Páscoa co’vida-20, uma Páscoa de 20 valores, uma Páscoa em cheio, porque plena da força invencível da Ressurreição do Senhor!

 

Para guardar na memória
Esta não é, portanto, uma Páscoa para ser esquecida. É uma Páscoa que faz memória viva e autêntica da primeira, na manhã do primeiro dia. É uma Páscoa para guardarmos na memória e contarmos às gerações futuras, como foi realmente possível todos aqui renascermos. Contemos e cantemos como foi possível, perante a vastidão de um vírus tão mafioso, tão perigoso e tão fatal, termos aprendido a lição do essencial, termos assumido com humildade a nossa vulnerabilidade, termos reinventado a nossa vida social, termos descoberto que ninguém se salva sozinho, termos dado uma oportunidade à paz.

 

Igreja doméstica
O vírus fez-nos voltar à casa e à família. Estamos aprendendo ou reaprendendo a fazer da família a Igreja doméstica, para hoje celebrarmos a Páscoa que Jesus mandou os discípulos preparar: “é em tua casa que eu quero celebrar esta Páscoa” (Mt 26,18).

 

Ressurreição com Cristo
Não nos contentemos, irmãos, nesta Páscoa, em sair da sepultura, como Lázaro, para voltarmos à vida que tínhamos. Não. Deixemos que a força da Ressurreição, capaz de remover para sempre a pedra do sepulcro, nos despoje dos velhos hábitos de exploração da natureza, de desprezo dos outros, de obcecada procura do efêmero e, assim, nos faça renascer para uma vida cada vez mais humana, mais familiar, mais justa e mais solidária, quer dizer, mais pascal.

Sentido da Páscoa
Cristo passou através da morte para uma nova existência, definitiva, e vive para sempre. Esse foi o motivo que nos reuniu aqui ou em sua casa, nesta noite, e enche os nossos corações de alegria, pela presença do Senhor Ressuscitado no meio de nós. Ainda que não o vejamos. Se os judeus se alegram ao celebrar a Páscoa, de sua libertação de escravidão e de sua passagem para a nova vida na terra prometida, nós, os cristãos, nunca nos cansamos de celebrar que no meio da escuridão da noite, Cristo Jesus foi libertado da morte, cheio do Espírito de Deus, o Espírito da Vida.

 

Tempo Pascal
O Tempo Pascal, que agora começa, é tempo para anunciar Cristo ressuscitado. Aqueles primeiros discípulos iam repetindo a cada amigo que encontravam a grande novidade que lhes enchia os corações: “Cristo ressuscitou! Aleluia, aleluia!” Nunca mais cessou esse anúncio jubiloso. Nós somos testemunhas da Ressurreição de Cristo. Cristo vive! Temos de fortalecer a nossa fé na sua ressurreição. Ele está vivo conosco, na terra até ao fim dos tempos, escondido na Eucaristia. “Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13,8). Deixemo-nos contagiar por esta alegria, irmãos. Participemos com toda a Igreja desta festa de Páscoa, que começa agora e que perdurará por sete semanas até o dia de Pentecostes. A Páscoa de Jesus quer ser também nossa Páscoa. Feliz e Santa Páscoa! Cristo conceda aos nossos corações a sua paz e nos abra às maravilhas da sua graça! Amém!

 

Sinais vitais da Páscoa do Senhor
A Páscoa não engana. Mesmo sem os sinais habituais de festa, como a missa dominical com o povo, a Páscoa está aí com toda a sua força, em tantos sinais vitais de vitória sobre o egoísmo, sobre o mal e sobre a morte. Assim, vemos que a Ressurreição de Jesus não é algo do passado; contém uma força de vida que penetra o nosso mundo. Onde parece que tudo morre, voltam a aparecer os rebentos da esperança. O poder da Ressurreição de Jesus é uma força sem igual! Jesus não ressuscitou em vão.

Passagem das trevas à luz
A Páscoa de Cristo ensina-nos o caminho da passagem das trevas à luz, da tristeza à alegria, do conflito ao amor, do pecado à santidade. É o caminho da conversão que Jesus Cristo pregou na sua vida histórica e que fomos convidados a viver ao longo da Quaresma. Para fazermos essa passagem precisamos, primeiramente, de reconhecer as nossas faltas para, depois, nos levantarmos, pedir perdão e começar o caminho novo com a força do Espírito Santo.

 

Fúlvio Costa

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