Minha cara irmã, meu caro irmão. Hoje é 24 de dezembro. Nesta Vigília do Natal, a liturgia nos apresenta uma profecia de Isaías como primeira leitura. O texto de hoje (Is 62,1-5) insere-se na seção final do livro, que aborda o retorno do exílio e a restauração de Jerusalém como sinal da fidelidade de Deus ao seu povo. A profecia reflete a esperança em uma nova relação entre Deus e Israel, marcada pela transformação, alegria e renovação da aliança.
O profeta inicia declarando que não cessará de falar em favor de Jerusalém até que a justiça e a salvação brilhem como uma luz. Essa insistência revela o compromisso de Deus em restaurar a dignidade de Israel e tornar a cidade um exemplo para as nações. A imagem da luz simboliza a clareza, a verdade e a presença divina que conduzem o povo. A nova identidade de Jerusalém, no versículo 2, será reconhecida por todas as nações. O “nome novo” dado por Deus indica uma renovação total e uma dignidade restaurada. Esse nome reflete a nova missão de Jerusalém: ser testemunha da glória divina e da salvação.
A cidade é comparada, no versículo 3, a uma coroa e a um diadema na mão de Deus. Essas imagens enfatizam a beleza e o valor de Jerusalém como algo precioso e cuidadosamente protegido. Indicam que a restauração do povo glorifica o próprio Deus, tornando-se um testemunho de sua bondade.
Nos vv. 4-5 vemos que a transformação de Jerusalém é marcada pela substituição de nomes que indicavam abandono e desolação por nomes que expressam o amor e a atenção divina, como “Minha predileta” e “Minha esposa”. Essa mudança reflete o compromisso de Deus em restaurar a relação de aliança com Israel. A relação entre Deus e Jerusalém é comparada ao vínculo matrimonial, caracterizado por alegria e intimidade. Assim como o noivo se alegra com a noiva, Deus encontra em Jerusalém motivo de júbilo. Essa imagem sublinha o amor pessoal e profundo de Deus pelo seu povo.
Em conclusão, Isaías 62,1-5 nos recorda que Deus é fiel e nunca abandona seu povo, mesmo em momentos de dificuldade e exílio. A renovação de Jerusalém aponta para a transformação que Deus opera em nossa vida, conferindo-nos uma nova dignidade como seus filhos e filhas. Em Cristo, essa profecia se cumpre plenamente, pois Ele é o Esposo da Igreja. Somos convidados a viver como testemunhas da justiça e da salvação de Deus, permitindo que sua luz brilhe em nosso cotidiano. Acolha, então, minha irmã, meu irmão, meus votos de um Santo e Abençoado Natal do Senhor. Que você e sua família gozem das alegrias de celebrar um acontecimento que deu novo rumo à história e à vida de cada um de nós. O Filho de Deus se fez gente como nós. Feliz Natal!