Faz bem a todos recordar e celebrar o Dia das Mães! Voltar a ser filho renova a nossa fraternidade. Reconhecemos com gratidão a beleza do Amor de Mãe que, permanentemente, sabe ser Mãe, dedicando a sua vida ao acolhimento amoroso de seus filhos, à sua educação integral, ao acompanhamento ao longo das diversas etapas da vida, por toda a vida e com todas as capacidades da sua vida. Para os que têm o dom da fé, na maioria dos casos, têm ainda um obrigado acrescido à sua Mãe, é que como diz o Papa Francisco “Sem as Mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo” (Catequese do Papa Francisco, 7 de janeiro de 2015).
Por isso, celebrar hoje o Dia das Mães é apoiar todas as mulheres que escolhem, como caminho, oferecer ao mundo os seus filhos e dar-se pela família, berço natural da vida; apoiar e proteger, em todas as circunstâncias e casos, o dom da maternidade e proclamar, com o nosso compromisso, que as Mães são verdadeiras beneméritas da sociedade, pois sabem transmitir, em todos os momentos, mesmo nos piores, a ternura, a beleza do perdão e a força da coragem. Que se enraíze cada vez mais em nós o compromisso de apoiar e proteger o dom da maternidade, desde os primeiros momentos da fecundação, e em todas a fases da sua missão.
Claro que celebrar o Dia das Mães também nos traz inquietações e incômodos interiores, quando recordamos as Mães que são vítimas de violência doméstica e choram os seus filhos traumatizados. Mães que enfrentam as tempestades e, com energia e inesgotável criatividade que lhes vêm dos horizontes alargados do Amor, superam tormentos e constroem, a partir das cinzas, com sua persistência, a bonança nas vidas de seus filhos e da sua família. Que, na nossa cidadania, saibamos assumir a exigência de mudanças de mentalidade e comportamentos face ao martírio de muitas Mães não apoiadas nem compreendidas. Como lembra o Papa Francisco, “a Mãe, embora seja muito exaltada sob o ponto de vista simbólico, é pouco escutada e pouco apoiada no dia a dia. Pouco considerada no seu papel central na sociedade” (13 de maio de 2018).
Neste ano bem mais difícil, marcado pela pandemia da covid-19, aprendamos com as Mães o valor da vida que delas recebemos e percebamos como é bela a cultura da defesa da vida. Melhor do que nunca, percebemos a comparação de que Deus se serviu para nos dizer que nunca estamos sós e abandonados, porque ele nunca nos esquece, é como as Mães: “Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebê, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria” (Is 49,15).
Obrigado a todas as Mães e feliz Dia das Mães!
Dom Washington Cruz​,CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia