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A Sacramentalidade da Liturgia

A Sacramentalidade da Liturgia

Nos mistérios sacramentais da liturgia da Igreja se perpetua o Mistério salvífico de Cristo. Quando atua o ministro de Igreja,
Foto da Catedral

"Nos mistérios sacramentais da liturgia da Igreja se perpetua o Mistério salvífico de Cristo. Quando atua o ministro de Igreja, no sacramento, atua o próprio Cristo. Quando alguém batiza, Cristo atua, como afirma a SC, n.07".

 

A Constituição apostólica Sacrosanctum Concilium sobre a sagrada liturgia – uma das quatro Constituições do Concílio Vaticano II – reitera em sua parte III do capítulo I, que “a Liturgia compõe-se duma parte imutável, porque de instituição divina, e de partes susceptíveis de modificação, as quais podem e devem variar no decorrer do tempo, se porventura se tiverem introduzido nelas elementos que não correspondam tão bem à natureza íntima da Liturgia ou se tenham tornado menos apropriados”. “Nesta reforma, proceda-se quanto aos textos e ritos, de tal modo que eles exprimam com mais clareza as coisas santas que significam, e, quanto possível, o povo cristão possa mais facilmente apreender-lhes o sentido e participar neles por meio de uma celebração plena, ativa e comunitária”.

 

No Constituição conciliar Sacrosanctum Concilium se recupera na teologia litúrgica toda a sacramentalidade da liturgia. De Cristo encarnado, morte e ressuscitado emana toda sacramentalidade da Igreja. Por isso, “a liturgia é o exercício do ministério sacerdotal de Cristo. O fundamento da liturgia é o sacerdócio batismal de todos os fiéis”[1]. A liturgia como um todo desempenha uma função sacramental, tendo a Eucaristia como o ápice, em conjunto com os outros sacramentos e os sacramentais.

 

Julian Lopez Martin, no livro Espírito e Verdade, aponta que “na liturgia, há uma nota que a converte em elemento determinante e característico do tempo da igreja, conferindo-lhe a condição de última etapa da história da salvação. Essa nota é a sacramentalidade, ou seja, o modo sacramental de realizar a salvação depois da glorificação de Jesus Cristo e da efusão do seu Espírito à Igreja, continuadora de sua missão”[2].  Ou seja, a salvação é uma “realidade sempre em ato” por meio dos sinais, sacramentos, sacramentais que realizam aquilo que significam, não só contendo, mas realizando a salvação a que se referem e proclamam pela sinal e pela Palavra. A liturgia da Igreja é o lugar privilegiado do acesso à graça e ao amor salvífico.

 

É como afirmou Frei José Ariovaldo da Silva, na Revista Vida Pastoral: “Assim, podemos afirmar com imensa gratidão que, agora, nos ritos litúrgicos da Igreja, está realmente presente o mistério de Cristo. Consequentemente, podemos dizer: as ações rituais da Esposa são gestos do próprio Esposo, e vice-versa. Em outras palavras, as ações rituais são expressões vivas da “nova e definitiva aliança” (comunhão) selada no sangue do Cordeiro. Nelas o Esposo comunga (comunica, põe em comum) com sua Esposa (e vice-versa!) a vitória do amor para que, a partir daí, com a contribuição de todos(as), a humanidade e todo o planeta Terra possam usufruir daquela qualidade de vida que Deus sonhou para toda a criação”[3].

 

Por isso, nos mistérios sacramentais da liturgia da Igreja se perpetua o Mistério salvífico de Cristo. Quando atua o ministro de Igreja, no sacramento, atua o próprio Cristo. Quando alguém batiza, Cristo atua, como afirma a SC, n.07: “Ele (Cristo) está presente pela sua virtude nos sacramentos, de tal modo que, quando alguém batiza, é o próprio Cristo quem batiza” (SC, 07). Portanto, “a liturgia dos sacramentos e dos sacramentais permite que a graça divina, que promana do mistério pascal da paixão, morte e ressurreição de Cristo, do qual recebem a sua eficácia todos os sacramentos e sacramentais, santifique todos os acontecimentos da vida dos fiéis que os recebem com a devida disposição”(SC, 61).

 

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¹ Helmut Hoping, A Constituição Sacrosanctum Concilium. In: As constituições do Vaticano II, Ontem e Hoje, org. Geraldo B. Hackmann e Miguel de Salis Amaral, Edições CNBB, 2015, p.115.

 

² J. L. Martin, No Espírito e na Verdade, I, p. 92.

 

³ Frei José Ariovaldo da Silva, ofm. COMUNICAÇÃO LITÚRGICA: AÇÃO SINERGETICAMENTE DIVINO-HUMANA, Vida Pastoral – julho-agosto 2012 – ano 53 – n. 285, p. 17.

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