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27/03/2021
Reflexão sobre as sete dores de Maria - Parte 03

Durante sua vida terrena, a Virgem Maria passou por diversas formas de sofrimentos, porém sete delas são especialmente objeto da devoção dos fiéis. São episódios narrados nos Santos Evangelhos e que formam o caminho de dores da Filha amorosa de Deus Pai, sofrendo em sua alma padecimentos semelhantes aos da Paixão de seu Divino Filho.
Sexta Dor – Maria recebe Jesus descido da Cruz (Mt 27, 55-58)
"Tudo está consumado!" (Jo19,30) Com estas palavras, concluiu-se o sacrifício redentor de Cristo; não havia mais nada a sofrer, mais nada a pagar por nossas misérias, nenhum suplício sequer. O Cordeiro de Deus fora finalmente imolado e seu sangue aspergido sobre a humanidade. Entretanto, para Maria, o sofrimento não estava encerrado. Trespassada cinco vezes pela espada de dor prevista por São Simeão, Ela seria novamente golpeada, e desta vez, pela espada da solidão.
Não há vazio, não há dor, nada é capaz de figurar o que foi a solidão de Maria. E o que dizer de sua desolação? Ali, como nos apresentam as imagens da Pietá, está Ela só e desolada, tendo em seus braços Cristo morto, inerte. NEla vê-se a fisionomia de quem ultrapassou os limites da dor. Por isso já não há pranto, apenas o silêncio do luto mais solene que a história já presenciou.
Pelos méritos de vossa dor durante a penosa solidão, Ó Senhora, dai-nos a graça de suportar com valentia e resignação os sofrimentos que a vida nos impõe. Dai-nos valor e coragem diante das dificuldades, como Vós mesma tivestes diante de tantos sofrimentos, sem nunca ter fraquejado ou esmorecido. É por isso que vosso Filho vos deu ao mundo como modelo de fortaleza e a Igreja vos honra com o título de Virgem Fortíssima.
Sétima Dor – O Sepultamento de Jesus (Lc 23, 55-56)
Toda mãe sofre amargamente a perda de um filho, e, à perda, segue-se invariavelmente a lembrança dos momentos passados ao seu lado. Após o sepultamento de Jesus, Maria começa a se recordar de cada instante vivido junto de Cristo. Segundo alguns místicos, era comum a Mãe ver o Filho, ainda pequeno, rezando com os braços abertos em cruz a se preparar para o momento da Redenção. Todas as dificuldades e todas as alegrias voltaram à memória da Virgem. No entanto, nem as recordações dos momentos agradáveis passados ao lado do Filho ofereciam-lhe algum conforto. Pelo contrário, tudo era motivo de angústia. Era a sétima espada de dor, que trazia consigo um sofrimento que só se extinguiria com a tão esperada aurora da Ressurreição.
Ó, Virgem Fiel! Ao olhar para o mundo de hoje temos a sensação de que a humanidade está sem rumo. Ouvimos tantas opiniões, no entanto ninguém sabe com certeza o que será do nosso futuro, menos ainda há quem possa apontar uma solução. O mundo atravessa uma grave crise. Que rumo tomar?
Apesar de toda dor da Paixão, a vossa esperança na Ressurreição de Cristo esteve sempre inabalável. Pelo mesmo amor que tivestes por nós ao nos dar vosso próprio Filho para ser imolado, olhai com especial atenção para a humanidade e intercedei por ela, para que também nós possamos em breve assistir ao fim de tantas crises e ver o clarão da Aurora de vosso Reino. Assim seja!
Fontes: Reflexões do Arcebispo Fulton J. Shenn sobre as Sete Dores de Nossa Senhora / Glórias de Maria de Santo Afonso de Ligório.