Você está em:
01/06/2021
História da Igreja em Goiás
A fundação da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia

A demanda pela fundação de um hospital em Goiânia, capital recém-criada em 1933, veio ao encontro do desejo da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), uma associação leiga católica que tem como finalidade a caridade e o conforto espiritual aos doentes e necessitados. A conferência vicentina já existia em Campinas e, com a criação de Goiânia, passou a atuar na nova capital. Reorganizando-se, teve como presidente Germano Roriz, um influente senhor da sociedade goiana, e Agnelo Arlinto Fleury Curado, como primeiro secretário. Coube ao cônego Abel Ribeiro, braço direito de Dom Emanuel Gomes de Oliveira e primeiro vigário de Goiânia, acompanhar o trabalho dos vicentinos. Além do apoio de dona Gercina Borges, primeira dama do estado, todos eles se envolveram no projeto da fundação da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Assim, essa iniciativa foi encampada pela Igreja, Estado e sociedade civil. Essa aliança se consolidou no nascimento do primeiro hospital da nova capital, que ficou sob a tutela da Igreja Católica.
Em Goiânia, o lançamento da pedra fundamental da Santa Casa de Misericórdia aconteceu em 28 de setembro de 1935. A área cedida pelo Estado ficava entre as ruas 21 e 24, no Centro, mas depois, por motivos técnicos, foi mudada para uma área entre as avenidas Tocantins, Paranaíba e Rua 4. O projeto da obra era do arquiteto José Amaral Neddermeyer, e sua construção só foi iniciada, de fato, em 1937. Para a realização desse projeto, o Estado entrou com a doação do terreno e de verbas federais para a construção. A Igreja entrou com a administração, por meio da Sociedade de São Vicente de Paulo, e com a manutenção do hospital, através da presença das religiosas. Inicialmente, com as Irmãs Agostinianas e, depois, com as Filhas da Caridade. O esforço mobilizou, ainda, muitos membros da sociedade civil para as diversas comissões de serviços e angariar fundos para construção e manutenção da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.
A Santa Casa só pôde ser construída porque recebeu subvenções do Estado e doações individuais. A elite goianiense protagonizou esse processo em prol da edificação do novo hospital, seja por mediações políticas para subvenções, seja através de engajamentos sociais, como: a realização de jantares, bailes, bingos e festas para arrecadação de fundos em favor da construção, pois considerava essa causa nobre. A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia começou a funcionar em abril de 1938, atendendo, principalmente, a população mais
Pe. Maximiliano Costa
Mestre em História