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02/07/2021
Sucessão dos Apóstolos
“Quem ouve os bispos, ouve o próprio Cristo”

Neste dia 4 de julho celebramos a solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo, colunas mestras da Igreja Católica. Pedro foi o primeiro papa, conviveu com Jesus e foi sua testemunha viva. Embora tivesse as suas limitações humanas e nem sempre tenha sido exemplar, Pedro foi transparente e amou a Cristo acima de todas as coisas. Paulo passou de perseguidor a anunciador. Dedicou-se ao anúncio do evangelho e os seus testemunhos estão no Novo Testamento, nos Atos dos Apóstolos e nas Cartas.
Os apóstolos, para responder ao mandato de Jesus, “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15) e “Vós sereis minhas testemunhas até os confins da terra” (At 1,8), fizeram novas testemunhas de Cristo que são os bispos dos nossos dias. De lá até aqui, aconteceu de forma ininterrupta a sucessão dos apóstolos. Se por acaso fizéssemos uma linha do tempo buscando os bispos ordenantes dos nossos bispos, e assim sucessivamente, chegaríamos a São Pedro.
De acordo com o bispo auxiliar de Goiânia, Dom Levi Bonatto, os bispos são a continuação da obra de Deus. “A sucessão apostólica se deu por um carinho especial de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele subiu aos céus, deixou os apóstolos e eles instituíram os bispos para que os ajudassem na pregação. Os sucessores dos apóstolos são os bispos que participam principalmente dessa sucessão, transmitindo a palavra do Senhor. Jesus quis que a sua missão continuasse e pediu para que os apóstolos fizessem esse trabalho baseando-se nos evangelhos, depois os apóstolos vendo que precisavam de mais gente para evangelizar, instituíram os bispos através da escolha e da imposição das mãos; os bispos foram sendo escolhidos e distribuídos pelo mundo inteiro de acordo com a necessidade da pregação e da expansão do cristianismo”, explicou.
A sucessão apostólica, portanto, é uma força que vem do próprio Senhor e por isso é insubstituível em nossa Igreja. A figura do bispo é para nós, aquela de pastor que apascenta as ovelhas e que as cura também. Estar junto do seu povo é a missão episcopal desde os primeiros cristãos. “O Espírito Santo levou os apóstolos e os bispos a fazerem coisas milagrosas, inclusive nos Atos dos Apóstolos vemos os primeiros apóstolos usando a força do Espírito Santo, pregando o evangelho e levando a todas as gentes aquela palavra de alento que são as palavras de redenção”, disse Dom Levi. Os bispos são, então, os sucessores dos apóstolos porque, por instituição divina, eles sucedem os apóstolos como pastores da Igreja. Conforme Dom Levi, “quem ouve os apóstolos, quem ouve os bispos, está ouvindo o próprio Cristo. Quem despreza a Cristo, também despreza aqueles pelo qual foram enviados, que é Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa é a razão divina, sobrenatural, e a estrutura da Igreja baseada em São Pedro que foi o primeiro papa. Passando pelos apóstolos, chegou até os bispos, e hoje eles fazem esse trabalho de pregação do evangelho”. A sucessão apostólica está ligada diretamente à fidelidade ao evangelho. “À sucessão apostólica está a fidelidade ao evangelho, a fidelidade na boa nova que deve ser difundida aos cristãos. Essa é a obrigação que cada bispo tem hoje de pregar o evangelho”.
Fidelidade ao papa
Além da fidelidade ao evangelho, a sucessão apostólica também está ligada à fidelidade ao Santo Padre. Os bispos continuam a missão de evangelizar que está em consonância indissociável com papa. “Os bispos são aqueles que estão atentos a tudo o que o papa pronuncia e envia através de seus documentos, encíclicas, motu proprios, enfim, todas as formas que a Igreja tem de divulgar os ensinamentos do Santo Padre. É importante esse conhecimento, como também é fundamental ao povo de Deus conhecer os bispos e sua forma de comunicação: como ele pensa, sua pregação e seus planos de evangelização”, declarou Dom Levi. Tudo isso é elementar porque conduz à finalidade da Igreja. “O que o papa quer de nós está resumido na salvação. O que o papa quer é que todos nós, um dia, estejamos no Reino dos Céus, que nós, um dia, nos salvemos e essa, no fundo, é a finalidade da Igreja, que é salvação das almas. Essa é a finalidade da sucessão apostólica, é como se Cristo estivesse no meio de nós através do Santo Padre, o papa, através dos bispos que não só representam a Cristo, mas eles são o próprio Cristo porque a força de Deus, a força do evangelho, tem esse poder de atualizar a força de Cristo no meio de nós”, concluiu o bispo auxiliar de Goiânia.
Fúlvio Costa