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10/06/2022
Santíssima Trindade mistério central da nossa fé

Neste domingo, dia 12, celebramos na Igreja a Solenidade da Santíssima Trindade. O mistério de um único Deus, que é Pai e o Filho e o Espírito Santo. O Santo Padre, o Papa Francisco, no Angelus desta Solenidade no ano passado, explica que a Santíssima Trindade “não são três deuses: é um Deus em três Pessoas”.
O Catecismo da Igreja Católica fala, a partir dos números 232 e seguintes, sobre o Dogma da Santíssima Trindade. O parágrafo 234 explica que “O Mistério da Santíssima Trindade é um mistério central da fé e da vida cristã”. O padre José William Barbosa diz que isso significa que “estamos no coração no mistério da Santíssima Trindade”.
Conforme o padre, a palavra Trindade não existe na Bíblia, ela vai aparecer na liturgia e também na oração da Igreja. “Um cristão chamado Tertuliano, que morreu em meados do século terceiro, queria uma palavra para explicar esse mistério do Pai, do Filho e do Espírito Santo, abundantemente citado no Novo Testamento. Então ele, que era de cultura grega, criou a palavra Trindade”.
Não há problema que o termo Trindade não se encontre na Bíblia. De acordo com o padre, na fé da Igreja temos duas fontes: a Tradição e a Escritura. “A Tradição é mais importante porque foi ela quem salvou a escritura, porque a primeira escritura foi transmitida verbalmente, e só depois é que ela foi escrita”.
Na “Liturgia das Horas - Ofício de leituras” deste domingo, o padre explica que Santo Atanásio já fala com tranquilidade o termo Trindade. Ele, que nasceu quase um século depois de Tertuliano, é um grande defensor da Trindade Santa. “Lembrando que Santo Atanásio vive entre o Concílio de Nicéia, que definiu a cristologia, e morre antes do Concílio de Constantinopla, que gerou o símbolo niceno-constantinopolitano”, completa o padre.
O Missal Romano prevê uma nomenclatura chamada “Solenidade do Senhor no Tempo Comum”. São 4 solenidades: o Domingo da Santíssima Trindade, a Solenidade de Corpus Christi, a Solenidade do Coração de Jesus, e no final do ano litúrgico, a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo.
Credo de Santo Atanásio
Este credo, apesar do nome, foi divulgado por Santo Ambrósio, incluído na liturgia, e totalmente reconhecido pela Igreja Católica, é autêntica profissão de fé.
1. Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica.
2. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade.
3. A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus.
4. Sem confundir as Pessoas nem separar a substância.
5. Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.
6. Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade.
7. Tal como é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo.
8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.
9. O Pai é imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso.
10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
11. E, contudo, não são três eternos, mas um só eterno.
12. Assim como não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso.
13. Da mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.
14. E, contudo, não são três onipotentes, mas um só onipotente.
15. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
16. E, contudo, não são três deuses, mas um só Deus.
17. Do mesmo modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.
18. E, contudo, não são três senhores, mas um só Senhor.
19. Porque, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são três deuses ou senhores.
20. O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém.
21. O Filho procede do Pai; não foi feito, nem criado, mas gerado.
22. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do Filho.
23. Não há, pois, senão um só Pai, e não três Pais; um só Filho, e não três Filhos; um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos.
24. E, nesta Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três Pessoas são coeternas e iguais entre si.
25. De sorte que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na Trindade e a Trindade na unidade.
26. Quem, pois, quiser salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.
27. Mas, para alcançar a salvação, é necessário ainda crer firmemente na Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
28. A pureza da nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.
29. É Deus, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da substância da sua Mãe.
30. Deus perfeito e homem perfeito, com alma racional e carne humana.
31. Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade.
32. E, embora seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo.
33. É um, não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a humanidade.
34. Um, finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa.
35. Porque, assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim também a divindade e a humanidade formam um só Cristo.
36. Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.
37. Subiu aos Céus e está sentado a direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
38. E quando vier, todos os homens ressuscitarão com os seus corpos, para prestar conta dos seus atos.
39. E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno.
40. Esta é a fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar.
Larissa Costa