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13/03/2025
Organismos de Sinodalidade
Manual dos Conselhos Fundamentos e Estatutos Arquidiocesanos

Prezadas irmãs, prezados irmãos,
membros do Povo de Deus da Arquidiocese de Goiânia,
Como cristãos católicos professamos a fé em Deus Uno Trino como verdade central, tal como afirma o Catecismo da Igreja (nº 234). Cremos que, do mistério trinitário, mistério de amor e de comunhão, brota a missão da Igreja de ser sinal e sacramento de salvação. Afirmamos que a comunhão é a origem da missão e a missão está a serviço da comunhão.
De onde vem a Igreja? O que é a Igreja? Para onde vai a Igreja? A Igreja nasce do mistério trinitário (Ecclesia de Trinitate). A Igreja vive no mundo a sua missão na forma trinitária. E a Igreja tem uma destinação trinitária, logo, o mistério trinitário fundamenta, dá forma e orienta toda a Igreja.
Creio que a fé trinitária inspira a expressão sinodal da Igreja compreendida como comunhão e missão. A participação dos fiéis – ministros ordenados, consagradas e consagrados, leigas e leigos – se fundamenta na fé batismal, lembrados de que o mergulho na fonte do batismo “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” nos faz todos membros da Igreja e discípulos missionários de Jesus Cristo.
São muito claras, inspiradoras e orientadoras as palavras do Sínodo 2024 que tratou da sinodalidade. Importante repeti-las:
“A participação dos batizados nos processos de decisão, bem como as práticas de prestação de contas e avaliação, realiza-se através de mediações institucionais, antes de mais os organismos de participação que, a nível da Igreja local, o direito canónico já prevê. Na Igreja latina são eles: Sínodo diocesano (cf. CIC, cân. 466), Conselho presbiteral (cf. CIC, cân. 500, § 2), Conselho pastoral diocesano (cf. CIC, cân. 514, § 1), Conselho pastoral paroquial (cf. CIC, cân. 536), Conselho diocesano e paroquial para os assuntos económicos (cf. CIC, cân. 493 e 537). [...] Os membros participam neles em função da sua função eclesial, de acordo com as suas responsabilidades diferenciadas a vários títulos (carismas, ministérios, experiência ou competência etc.). Cada um destes organismos participa no discernimento necessário ao anúncio inculturado do Evangelho, à missão da comunidade no seu ambiente e ao testemunho dos Batizados que a compõem. Participa também nos processos de decisão nas formas estabelecidas e constitui um âmbito de prestação de contas e de avaliação, tendo, por sua vez, de avaliar e prestar contas da sua ação. Os organismos de participação constituem um dos âmbitos mais promissores de atuação para uma rápida implementação das orientações sinodais, que leve a mudanças perceptíveis em pouco tempo” (Doc. Final do Sínodo 2024, nº 103).
A Arquidiocese de Goiânia iniciou há dois anos o trabalho de revisão dos estatutos dos seus organismos de sinodalidade. O trabalho foi confiado aos membros do Serviço de Promoção da Sinodalidade com acompanhamento de Dom Danival Milagres Coelho, bispo auxiliar, e contou com a participação de muitas pessoas que tiveram acesso ao texto de estudo e ofereceram suas contribuições. Chegamos à versão final, hoje publicada. Conhecer e aplicar as orientações que aqui se encontram é tarefa e compromisso de todos os membros desta Igreja local. Exorto que cada fiel se empenhe a contribuir para traduzir a fé no mistério da comunhão trinitária em cada um dos âmbitos da vida eclesial. Ninguém se dispense de colaborar para que a Igreja arquidiocesana viva de modo efetivo a alegria de evangelizar.
Ciente do processo de recepção do Documento Final do Sínodo de 2024, determino que o presente documento “Organismos de Sinodalidade” seja aplicado ad experimentum por um período de três anos.
O Serviço de Promoção da Sinodalidade coloca-se disponível para organizar encontros de estudos e de oração deste documento. E à medida que ele for aplicado, observadas necessárias correções e melhorias, será preparada a edição definitiva.
Agradeço o trabalho de tantos que se debruçaram na elaboração deste documento. E rogo à Mãe Auxiliadora, padroeira da Arquidiocese, que interceda em favor desta Igreja de Goiânia a fim de que seja sempre mais expressão viva de comunhão, missão e participação.
+ João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano
Goiânia, 16 de fevereiro de 2025.
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