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28/10/2024
Terça-Feira da 30ª Semana do Tempo Comum
Minha prezada irmã, meu prezado irmão. Continuamos a leitura da Carta de São Paulo aos Efésios tendo escutado hoje um trecho tomado do capítulo quinto. A passagem de Efésios 5,21-33 é fundamental para compreender a dinâmica das relações interpessoais na comunidade cristã, especialmente no contexto familiar. São Paulo introduz o conceito de submissão mútua entre os crentes, estabelecendo um princípio de humildade e serviço que fundamenta todas as relações.
Essa exortação inicial prepara o terreno para a discussão sobre o casamento, onde a submissão é entendida como um reflexo do relacionamento entre Cristo e a Igreja. Paulo inicia afirmando que os cristãos devem se submeter uns aos outros “no temor de Cristo”, enfatizando uma atitude de respeito e serviço. Essa submissão não é opressiva, mas expressa amor e consideração, refletindo a humildade de Cristo. Nos versículos 22 a 24, as esposas são chamadas a se submeterem aos maridos “como ao Senhor”, com o marido atuando como cabeça, refletindo a autoridade de doação total e amorosa de Cristo. Essa analogia ressalta a liderança sacrificial do marido, promovendo um ambiente de proteção e respeito.
Em seguida (vv. 25-27), São Paulo instrui os maridos a amarem suas esposas como Cristo amou a Igreja, enfatizando um amor oblativo, oferente e sacrificial que visa a santificação e o crescimento mútuo. Escute comigo o versículo 25: “Maridos, amai as vossas mulheres, como o Cristo amou a Igreja e se entregou por ela.” O amor de Cristo serve como modelo, destacando a importância do cuidado e da transformação na relação conjugal. Os versículos 28 a 30 refletem sobre o amor entre cônjuges que deve ser como o amor próprio, promovendo nutrição e cuidado.
São Paulo associa a união conjugal à relação entre Cristo e a Igreja, destacando que o bem-estar de um cônjuge está interligado ao do outro. Escute novamente o texto: “Assim é que o marido deve amar a sua mulher, como ao seu próprio corpo. Aquele que ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém jamais odiou a sua própria carne. Ao contrário, alimenta-a e cerca-a de cuidados, como o Cristo faz com a sua Igreja; e nós somos membros do seu corpo!”
Por fim, nos versículos 31 a 33, citando Gênesis 2,24, São Paulo reafirma a sacralidade do casamento, em que o homem e a mulher se tornam uma só carne. Essa união reflete o mistério de Cristo e da Igreja, destacando a necessidade de amor, respeito e reverência mútuos entre os cônjuges. Efésios 5,21-33 apresenta um modelo transformador para as relações conjugais, fundamentado no amor sacrificial e na unidade. Ao conectar o casamento à relação entre Cristo e a Igreja, São Paulo convida os cônjuges a viverem essa relação sagrada em seus lares, refletindo os valores do Reino de Deus.
+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
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