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25/02/2025

TESTEMUNHO DA LUZ – DIA 14 DE MARÇO DE 2025

TESTEMUNHO DA LUZ – DIA 14 DE MARÇO DE 2025 - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

SEXTA-FEIRA DA 1ª SEMANA DA QUARESMA

 

Minha prezada irmã, meu prezado irmão, chegamos à sexta-feira da primeira semana da quaresma. O trecho de Ezequiel 18,21-28 hoje proclamado faz parte de um discurso profético que enfatiza a responsabilidade pessoal diante de Deus e a possibilidade de conversão. O capítulo 18 do livro de Ezequiel é uma resposta ao provérbio citado em Ezequiel 18,2: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram”, que refletia uma visão coletiva da retribuição divina. Deus, por meio do profeta, corrige essa compreensão, ensinando que cada pessoa é responsável por seus próprios atos diante do julgamento divino.

 

O profeta Ezequiel está em meio ao exílio babilônico, dirigindo-se aos judeus deportados. Muitos acreditavam que estavam sofrendo injustamente pelos pecados de seus antepassados. O capítulo 18 combate essa ideia, destacando que Deus julga cada um individualmente e que a conversão pode mudar o destino de uma pessoa. O trecho pode ser dividido em dois momentos principais: 1) A promessa de vida ao pecador que se converte (vv. 21-23) – Deus oferece a possibilidade de perdão e renovação. 2) A advertência ao justo que se desvia (vv. 24-28) – O julgamento de Deus é baseado na conduta atual, não apenas no passado.

 

1) A conversão do pecador e o dom da vida (vv. 21-23). “Mas, se o ímpio se arrepende de todos os pecados que cometeu, observa todos os meus decretos e pratica o direito e a justiça, ele viverá e não morrerá” (v. 21). Aqui, Ezequiel apresenta a misericórdia de Deus. O verbo “arrepender-se” indica uma mudança de direção (shuv em hebraico), ou seja, um retorno para Deus. O profeta destaca que não basta apenas parar de pecar, mas também praticar a justiça. Isso reflete a visão bíblica de que a fé deve ser acompanhada de ações concretas. “Acaso tenho prazer na morte do ímpio? – oráculo do Senhor Deus. Não desejo antes que ele se converta e viva?” (v. 23). Este versículo expressa o desejo divino de salvação.

 

2) O perigo do justo que se desvia (vv. 24-28). O versículo 24 reforça a noção de responsabilidade pessoal. Não basta ter um passado justo, pois o julgamento de Deus considera a situação atual de cada pessoa. Essa lógica desconstrói qualquer ideia de “créditos acumulados” de boas obras e enfatiza a necessidade de perseverança na fidelidade. “Se o ímpio se afasta da sua impiedade que praticou e observa o direito e a justiça, ele salvará sua vida” (v. 27). O texto reafirma a esperança da conversão. Não há um destino fechado para o pecador; Deus sempre oferece a possibilidade de mudança.

 

Ezequiel 18,21-28 traz uma mensagem essencial para a vida cristã: a salvação está aberta a todos, e Deus deseja a conversão, não a condenação. Essa passagem se conecta diretamente com o ensinamento de Jesus sobre o amor misericordioso do Pai, que recebe de braços abertos o pecador arrependido (cf. Lc 15,11-32). Além disso, o texto alerta contra a acomodação espiritual: a justiça não é algo garantido pelo passado, mas uma realidade a ser vivida continuamente. Esse princípio ressoa no ensinamento de São Paulo: “Aquele que está de pé, tome cuidado para não cair” (1Cor 10,12). Portanto, essa passagem nos convida à conversão diária, à renovação da fé e a uma vida de compromisso real com a justiça e a misericórdia, confiantes no amor de Deus, que sempre nos chama à vida e não à morte.

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