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19/07/2019
Comunicação e Religião
O papel da comunicação e da religião na busca pelo entendimento do outro
O papa Francisco tem insistido na importância de uma comunicação que favoreça a cultura do encontro e da solidariedade entre as pessoas. Em sua última mensagem para o 53º Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgada em 2 de junho passado, ele disse que a comunicação web deve “abrir o caminho ao diálogo, ao encontro, ao sorriso, ao carinho...”.
Essa discussão sobre alteridade e as relações com o próximo foram tratadas na manhã desta sexta-feira (19), na conferência “Comunicação e Religião”, proferida pelo jornalista e prof. Deodato Rafael Libanio. Para aprofundar o tema, ele se utilizou do filósofo francês Emmanuel Levinas, cujo pensamento parte da ideia de que é na face a face humana que se irrompe todo o sentido. “O rosto do outro me evoca ao infinito e à compreensão da palavra de Deus.” O infinito, segundo prof. Deodato, leva à ruptura da relação apenas material.
No processo comunicacional, o outro é indispensável porque é a partir dele que se estabelece a relação ética e a relação de responsabilidade. E onde entra a religiosidade nesse aspecto? O conferencista explicou que é a partir do abrir-se e do dedicar-se ao outro. A experiência, no entanto, não se dá apenas a partir daquilo que eu falo. “A presença (o face a face) é muito importante e enxergar o outro como presença gera empatia e nos livra de preconceitos”, esclareceu. Considerar o rosto do outro, a partir de sua presença, é indispensável na atualidade em tempos de internet e relações sociais que se pautam pela imagem. “Estamos mais preocupados com a imagem do que com aquilo que a pessoa vai falar e isso deve ser superado para que possamos, de fato, ter um papel preponderante como religião que transforma”, enfatizou Deodato.
Fúlvio Costa