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23/10/2024

Quinta-feira da 29º Semana do Tempo Comum

Minha irmã, meu irmão. Ouvimos mais um trecho da carta de São Paulo aos Efésios. Antes de tudo, notamos a humildade de São Paulo nesta sua oração. Leio novamente os versículos 14 e 15: “Irmãos, eu dobro os joelhos diante do Pai, de quem toda e qualquer família recebe seu nome, no céu e sobre a terra”. O apóstolo São Paulo dobrava os joelhos diante do Pai, em oração. Mais do que apenas uma posição física, já que a Bíblia menciona várias posturas a serem adotadas durante a oração, essa frase descreve uma atitude interior de São Paulo, que se aproximava de Deus com grande humildade.

 

A única forma de nos aproximarmos de Deus é com humildade. Sem humildade, ninguém jamais chegará à presença de Deus. Não podemos exigir nada de Deus, só podemos pedir misericórdia e graça. E, por isso, devemos orar com humildade. Notamos também a QUEM São Paulo ora: São Paulo ora a Deus Pai. Como prática, ele não ora a Cristo, nem ao Espírito Santo, mas ao Pai. Jesus nos ordena a orar dessa forma. Por exemplo, quando os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a orar, Ele lhes deu o que chamamos de Pai Nosso, no qual se ora ao Pai.

 

Mas o próprio Jesus ensinou também a pedir em Seu nome, ou por meio Dele, como registra o Evangelho de São João. Continuando, São Paulo menciona o fato de que toda família nos céus e na terra recebe o nome de Deus. Leio o v.15: “do qual toda família nos céus e na terra recebe o seu o nome” (Ef 3,15). A palavra aqui traduzida como “família” é “pátria” no grego, e significa pátria, nação, tribo, família ou todos aqueles que têm o mesmo ancestral. As palavras “toda família nos céus e na terra” descrevem, portanto, o conjunto de todos os verdadeiros crentes e podem incluir também os anjos eleitos que servem a Deus.

 

Aqui, São Paulo está falando dos homens eleitos, e todos, sejam judeus ou gregos, fazem parte da família de Deus por meio de Cristo. Portanto, São Paulo começa esta oração lembrando-nos do imenso privilégio que temos, em Cristo, de pertencer à família eterna de Deus. E assim, também nós, quando oramos, devemos orar humildemente a Deus, aceitando Sua vontade. Devemos orar ao Pai por meio de Jesus Cristo.

 

Em seguida, Paulo menciona a fonte da qual Deus responde às nossas orações: as riquezas da Sua glória. Lembremo-nos de que vivemos pela fé. Vacilar da nossa fé nos faz mal, seja porque nos faz ter dúvidas, ou porque nos faz vacilar, pode nos levar a pecar. Por isso, é importante que nossa fé se torne sempre mais profunda e forte. Como podemos ter uma fé sempre mais forte? Para ter sempre mais fé, precisamos conhecer a Deus cada vez mais, para amá-Lo e servi-Lo.  

 

 

+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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