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31/10/2024

Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus

Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

Minha irmã, meu irmão. Neste domingo a Igreja celebra a Solenidade de todos os Santos e Santas de Deus. E a primeira leitura é tomado do livro do Apocalipse. A passagem de Apocalipse que acabamos de escutar se insere no contexto da visão apocalíptica de João, onde ele descreve a proteção e a salvação dos fiéis em meio ao juízo divino. Essa seção é rica em simbolismo e revela temas centrais como a identidade do povo de Deus e a esperança escatológica.

 

No versículo 2, São João, considerado o autor do Apocalipse, relata a visão de um “anjo subindo do oriente, tendo o selo do Deus vivo”. Este anjo é um mensageiro divino que traz uma mensagem de proteção e segurança para os servos de Deus. O “selo” simboliza a posse e a proteção divina, marcando aqueles que pertencem a Deus em contraste com aqueles que não são seus. O versículo 3 contém a instrução do anjo para não danificar a terra, o mar ou as árvores “até que tenhamos selado na testa os servos de nosso Deus”.

 

Este comando reflete a proteção divina sobre os crentes, que são preservados em meio às calamidades. A ação de selar indica que os que são marcados estão sob a orientação e cuidado de Deus, sublinhando a importância da identidade e fidelidade do povo de Deus em tempos de crise. No versículo 4, São João ouve o número dos selados, que é de “cento e quarenta e quatro mil”. Este número é simbólico, representando a totalidade do povo de Deus, uma vez que é o resultado de 12 (número que simboliza a totalidade) multiplicado por 12.000, refletindo a ideia de um povo perfeito e completo que está sob a proteção divina.

 

Na cena seguinte dos versículos 9 a 14, São João vê uma grande multidão, “a qual ninguém podia contar”, de todas as nações, tribos, povos e línguas, diante do trono de Deus e do Cordeiro. Esta imagem ilustra a universalidade da salvação oferecida em Cristo, mostrando que a redenção não está restrita a um único povo ou nação, mas abrange todos os que creem. No versículo 10, a multidão clama em alta voz: “Salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro”. Essa aclamação reconhece a soberania de Deus e do Cordeiro (Cristo), enfatizando que a salvação é um ato divino. A adoração é central na vida eterna, e a declaração de louvor aponta para a glorificação de Deus no meio do seu povo.

 

Os versículos 11 e 12 descrevem os anjos que estão ao redor do trono, que também se juntam à adoração, proclamando bênçãos a Deus e ao Cordeiro. Essa cena de adoração cósmica revela a importância do culto e da glorificação de Deus na eternidade. No versículo 13 e 14 há uma multidão vestida de roupas brancas: “Estes são os que vêm da grande tribulação e lavaram as suas vestiduras, e as branquearam no sangue do Cordeiro”.

 

Aqui, a “grande tribulação” refere-se às provas e sofrimentos que os fiéis enfrentaram, mas também destaca o triunfo da fé sobre a adversidade. O ato de “lavar as vestiduras no sangue do Cordeiro” simboliza a purificação e a redenção dos pecados através do sacrifício de Cristo. Em resumo, a leitura de hoje oferece uma mensagem de esperança e proteção para os crentes. A obra redentora de Cristo e a promessa de proteção e vitória são elementos fundamentais para a fé cristã, especialmente em tempos de tribulação. Permanece a esperança.

 

+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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