TESTEMUNHO DA LUZ – DIA 3 DE FEVEREIRO DE 2025

SEGUNDA-FEIRA DA 4ª SEMANA DO TEMPO COMUM

Minha querida irmã, meu querido irmão, ontem iniciamos a quarta semana do tempo comum. Continuamos a ler a Carta aos Hebreus como primeira leitura dos dias comuns. No contexto da Carta aos Hebreus, o capítulo 11 é conhecido como o “Capítulo da Fé”, onde o autor faz uma grande retrospectiva da história de Israel, destacando as figuras que exemplificam a fidelidade a Deus através de atos de fé.

Nos versículos 32-38, o autor menciona uma série de personagens e eventos que ilustram a coragem e a fidelidade à promessa de Deus, apesar das adversidades. O autor declara: “O que mais direi? Faltaria o tempo para contar de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e dos profetas”. A referência a esses nomes busca destacar a diversidade de formas em que a fé se manifestou, abrangendo tanto figuras de destaque político e militar (como Davi e Gedeão) quanto figuras proféticas. Eles receberam vitórias pela fé, mas também sofreram e enfrentaram perseguições e dificuldades sem renunciar à sua confiança em Deus.

Versículos 33-35a mencionam feitos gloriosos realizados pela fé, como a derrota de reinos, a realização de feitos extraordinários e a vitória sobre a morte. Essas vitórias, porém, não são apresentadas como uma recompensa automática ou uma promessa de vida sem dificuldades, mas como frutos de uma fé firme, mesmo em face da morte e do sofrimento.

Nos versículos 35b-38, o tom da passagem muda. Aqui, o autor fala de figuras que sofreram por sua fé, sendo perseguidas, torturadas e até mortas. Ao contrário de uma promessa de prosperidade, esses versículos ressaltam o sofrimento e a perseverança que também fazem parte da caminhada de fé. A menção aos “tormentos” e “torturas” visa mostrar que a fé não é uma garantia de uma vida sem tribulações, mas uma confiança inabalável, mesmo diante do martírio e da dor.

Nos versículos 39 e 40, o autor ressalta que todos esses heróis da fé, embora tenham vivido com grandes promessas, não receberam o cumprimento total delas. Eles morreram na fé, mas a plena realização da promessa só seria dada com a vinda de Cristo, que ofereceu uma redenção definitiva. O autor conclui afirmando que “Deus tinha preparado algo melhor para nós”, referindo-se à superabundância da nova aliança estabelecida por Cristo.

Essa seção de Hebreus destaca dois aspectos centrais da fé: a perseverança diante do sofrimento e a esperança da plenitude da promessa. A fé não se limita a esperar por bênçãos temporais, mas também a confiar em Deus nas adversidades e no sofrimento. A ausência de uma recompensa imediata para esses heróis da fé aponta para a transitoriedade das realizações terrenas e a supremacia da esperança na consumação final do Reino de Deus. A plena promessa de Deus será realizada em Cristo, o qual trouxe, com sua morte e ressurreição, a redenção definitiva para a humanidade.

O exemplo dos heróis da fé nos desafia a perseverar, confiantes de que, mesmo que não vejamos a plenitude da promessa nesta vida, o cumprimento final de todas as coisas acontecerá na volta de Cristo. Essa certeza nos permite enfrentar os desafios da vida com esperança, sabendo que a verdadeira recompensa não está nas conquistas passageiras, mas na fidelidade a Deus, que culminará na revelação de sua glória no fim dos tempos.