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14/11/2024
Segunda-feira da 33º Semana do Tempo Comum
Minha prezada irmã, meu prezado irmão. Iniciamos hoje a leitura do livro do Apocalipse de São João. Trata-se de um livro profético e apocalíptico, que revela o plano de Deus para o futuro da humanidade e a consumação da história. Escrito durante tempos de perseguição, seu propósito é encorajar e fortalecer os cristãos, mostrando a vitória final de Cristo sobre o mal.
O início do Apocalipse destaca a revelação que Deus deu a Jesus Cristo, que é transmitida por meio de um anjo a João. A palavra “revelação” (apokalypsis) refere-se ao desvelamento do plano divino sobre o fim dos tempos. São João escreve a sete Igrejas da Ásia, o que simboliza a totalidade das Igrejas, em um tom profético que conecta o céu e a terra. O texto sublinha que as coisas reveladas “devem acontecer em breve”, mostrando a iminência dos eventos e a urgência de conversão e vigilância.
Ao falar da bênção aos que leem e ouvem as palavras proféticas, destaca-se a natureza prática e pastoral da mensagem, que não é apenas para o futuro, mas tem implicações para o presente. Na segunda parte do texto, lemos a primeira carta dentre sete, dirigida à Igreja de Éfeso. Cristo, descrito como aquele que “tem as sete estrelas na mão direita” e “anda entre os sete candelabros de ouro” (representando as Igrejas em oração), reconhece as obras, o trabalho árduo e a perseverança da Igreja de Éfeso, especialmente por resistir aos falsos apóstolos. Essa igreja é elogiada por sua capacidade de suportar o sofrimento e por seu zelo pela verdade.
Contudo, há uma crítica central: “abandonaste o teu primeiro amor” (v. 4). Esta acusação sugere que, embora a Igreja mantenha a ortodoxia e a perseverança, perdeu o fervor e a pureza do amor que inicialmente tinha por Cristo e pelo próximo. O chamado ao arrependimento no versículo 5 é um apelo urgente para a Igreja retornar à sua devoção original, antes que venha o juízo divino.
Em conclusão: Esses dois trechos do livro do Apocalipse lidos hoje revelam a natureza da mensagem de São João: um chamado à vigilância, arrependimento e fidelidade. A revelação de Jesus Cristo é dada para encorajar os cristãos em meio às dificuldades e perseguições, mostrando a vitória final de Cristo e a importância de manter o amor e a devoção, como na carta à igreja de Éfeso. A exortação a retornar ao “primeiro amor” serve como um lembrete contínuo para a vida espiritual, enfatizando que a ortodoxia e as boas obras devem ser acompanhadas por um fervor genuíno e um relacionamento profundo com Deus.
+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
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