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25/02/2025

TESTEMUNHO DA LUZ – DIA 8 DE MARÇO DE 2025

TESTEMUNHO DA LUZ – DIA 8 DE MARÇO DE 2025 - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

SÁBADO APÓS CINZAS

 

Minha irmã, meu irmão. Escutamos a leitura do trecho de Isaías 58,9b-14. O texto faz parte faz parte do contexto maior do capítulo 58, que denuncia a hipocrisia religiosa do povo de Israel e aponta para a verdadeira espiritualidade, baseada na justiça e no cuidado com o próximo. Após a crítica ao jejum vazio de sentido (vv. 1-9a), os versículos 9b-14 apresentam as promessas divinas para aqueles que praticam uma religião autêntica, marcada pela misericórdia, pelo compromisso com a justiça e pelo respeito ao sábado.

 

O texto começa com um chamado à conversão, apresentando exigências concretas: “Se afastares do meio de ti a opressão, o gesto ameaçador e a linguagem perversa” (v. 9b). Aqui, três elementos são condenados: a injustiça social (opressão), a violência (gesto ameaçador) e a falsidade (linguagem perversa). A espiritualidade verdadeira não pode coexistir com a exploração do próximo. A segunda exigência está ligada à solidariedade: “Se abrires teu coração ao faminto e saciares o aflito, tua luz brilhará nas trevas, e tua escuridão será como o meio-dia” (v. 10).

 

Deus garante bênçãos para aqueles que vivem conforme sua vontade (v. 11). A metáfora do jardim sugere fertilidade, abundância e vida plena. Assim como um jardim depende da água para florescer, a vida humana depende da presença de Deus, que cuida e sustenta aqueles que praticam a justiça. Além da restauração pessoal, há uma promessa de renovação comunitária: “Reconstruirás as ruínas antigas, restaurarás os alicerces dos tempos passados; serás chamado reparador de brechas, restaurador de caminhos para que o país se torne habitável” (v. 12). A fidelidade a Deus tem um impacto social: aqueles que seguem seus mandamentos tornam-se agentes de reconstrução, restaurando tanto a estrutura física da cidade quanto os valores morais e espirituais do povo.

 

A última parte do texto enfatiza a observância do sábado (v. 13). O sábado era um sinal da aliança entre Deus e Israel (Ex 31,13). Mais do que um dia de descanso, ele representava a confiança na providência divina e a centralidade de Deus na vida do povo. O texto insiste que o sábado deve ser respeitado com alegria e reverência, não como um peso, mas como uma bênção. A promessa final sela a recompensa para os fiéis: “Então te deleitarás no Senhor, eu te farei cavalgar sobre as alturas da terra e te alimentarei com a herança de Jacó, teu pai. A boca do Senhor falou” (v. 14). Aqui, “deleitar-se no Senhor” significa encontrar alegria e satisfação em Deus, experimentando sua presença e fidelidade. A expressão “cavalgar sobre as alturas da terra” sugere vitória, prosperidade e bênção, enquanto a “herança de Jacó” remete às promessas feitas aos patriarcas.

 

Isaías 58,9b-14 continua sendo um chamado à autenticidade na vivência da fé. A relação com Deus não pode ser dissociada do compromisso com a justiça social. Assim como o profeta denuncia a hipocrisia de um culto vazio, somos convidados a refletir sobre nossa própria prática religiosa: estamos verdadeiramente comprometidos com o bem dos mais pobres e marginalizados? Seguir os ensinamentos de Isaías 58 significa buscar uma espiritualidade transformadora, que una oração e ação, culto e caridade, fé e justiça. Quando vivemos dessa forma, experimentamos a verdadeira alegria no Senhor e nos tornamos instrumentos de sua graça no mundo.

 

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