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22/11/2024

Sábado da 33ª Semana do Tempo Comum

Sábado da 33ª Semana do Tempo Comum - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

Querida irmã, querido irmão. A primeira leitura de hoje é tomada, também, do livro do Apocalipse de São João, 11,4-12. O autor descreve a visão das duas testemunhas, figuras misteriosas que representam a proclamação fiel e poderosa da mensagem de Deus em meio à oposição. As testemunhas são descritas como “as duas oliveiras e os dois candelabros” (v. 4), remetendo ao capítulo quarto do livro da profecia de Zacarias, onde oliveiras e candelabros simbolizam o Espírito de Deus e Sua ação por meio dos líderes do povo. Assim, as testemunhas encarnam a missão profética que ilumina o mundo, mesmo em tempos de trevas espirituais.

 

Nos versículos 5-6, as testemunhas são dotadas de poder divino: fogo sai de suas bocas e elas têm autoridade para fechar o céu, transformar águas em sangue e trazer pragas. Esses sinais recordam os profetas Elias e Moisés, enfatizando que a mensagem das testemunhas é acompanhada pela autoridade de Deus e o poder de Seu julgamento sobre aqueles que resistem à Sua palavra.

 

A morte das testemunhas (vv. 7-10) simboliza o aparente triunfo do mal. Elas são mortas pela “besta” que emerge do abismo, uma figura que representa as forças do mal e da perseguição. Suas mortes e o escárnio das nações revelam o aparente fracasso da missão profética diante do poder e da rejeição do mundo. No entanto, a celebração dos inimigos é breve, apontando para a transitoriedade do mal.

 

Finalmente, nos versículos 11-12, Deus restaura a vida às testemunhas, e elas ascendem ao céu. Recorde comigo esses versículos: “Depois dos três dias e meio, um sopro de vida veio de Deus, penetrou nos dois profetas e eles ficaram de pé. Todos aqueles que os contemplavam, ficaram com muito medo. Ouvi então uma voz forte vinda do céu e chamando os dois: "Subi para aqui!" Eles subiram ao céu, na nuvem, enquanto os inimigos ficaram olhando”. Este evento simboliza a ressurreição e a retomada da justiça divina. A ascensão das testemunhas confirma que o testemunho fiel, ainda que aparentemente derrotado, triunfa em Deus. A ressurreição também antecipa a promessa de vida eterna para aqueles que permanecem fiéis.

 

Em conclusão, o texto do Apocalipse proclamado e meditado hoje apresenta a missão das testemunhas como uma metáfora da vocação cristã para testemunhar em meio à hostilidade. Sua vida, morte e a retomada pela ressurreição revelam que o poder de Deus opera mesmo na fraqueza e que a fidelidade a Ele triunfa sobre o mal. A mensagem da passagem é de esperança: ainda que a Igreja enfrente perseguição e rejeição, seu testemunho será finalmente recompensado, e a vitória de Cristo será manifesta para todos.

 

 

+ Dom João Justino de Medeiros Silva

Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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