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17/02/2025
TESTEMUNHO DA LUZ – DIA 25 DE FEVEREIRO DE 2025

TERÇA-FEIRA DA 7ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Minha prezada irmã, meu prezado irmão. Nesta terça-feira escutamos mais um pequeno texto extraído do capítulo 2 do Livro do Eclesiástico. O texto oferece uma reflexão sobre a fidelidade a Deus em meio às provações. O autor exorta aqueles que desejam servir ao Senhor a se prepararem para dificuldades, enfatizando a necessidade de paciência, perseverança e confiança na misericórdia divina. A estrutura do texto segue uma progressão pedagógica, orientando o fiel no caminho da sabedoria.
O autor começa dirigindo-se diretamente ao discípulo: “Filho, se te apresentas para servir ao Senhor, permanece firme na justiça e no temor, e prepara-te para a provação” (2,1). Essa advertência reflete uma visão realista da vida de fé: seguir a Deus não significa isenção de dificuldades, mas um compromisso que exige resistência. O convite a “preparar-se para a provação” ecoa temas encontrados em outros textos sapienciais (cf. Jó 1,21-22; Sl 34,20), mostrando que a fidelidade a Deus passa pelo crisol da adversidade. Nos versículos 2-3, o autor exorta à constância, pedindo que o fiel não se apresse em tempos de tribulação, mas confie no Senhor e siga seus caminhos com retidão.
A purificação pelo sofrimento (Eclo 2,4-6). O sofrimento é apresentado não como castigo, mas como um meio de purificação e amadurecimento. “Aceita tudo o que te acontecer e sê paciente nas vicissitudes da tua humilhação” (2,4) lembra a imagem do ourives refinando o ouro e a prata (cf. Ml 3,3; Sb 3,5-6). Deus prova aqueles que ama para fortalecer sua fé, não para destruí-los. O versículo 6 reforça essa ideia ao declarar que aquele que confia no Senhor jamais será abandonado, reiterando a centralidade da fé como âncora nas dificuldades.
O testemunho da história e a misericórdia divina (Eclo 2,7-11). O autor reforça sua exortação lembrando o testemunho da história: “Considerai as gerações antigas e vede: quem confiou no Senhor e ficou desiludido?” (2,10). Essa pergunta retórica leva o leitor a recordar os patriarcas, os profetas e os justos que experimentaram a fidelidade de Deus. A conclusão do trecho (2,11) sintetiza a teologia do texto: “Porque o Senhor é compassivo e misericordioso, perdoa os pecados e salva no tempo da tribulação.” Deus não é indiferente ao sofrimento de seus fiéis, mas age com amor e justiça, resgatando aqueles que nele confiam.
Essa passagem ressoa fortemente na espiritualidade cristã, especialmente no ensinamento de Jesus sobre a necessidade de carregar a cruz (Mt 16,24) e na exortação de São Tiago sobre a alegria nas provações (Tg 1,2-4). A experiência cristã não está isenta de dificuldades, mas essas dificuldades moldam a fé e nos aproximam de Deus. Em um mundo que busca evitar o sofrimento a qualquer custo, Eclesiástico 2 nos ensina que a perseverança e a confiança no Senhor são caminhos para a verdadeira sabedoria e para uma vida enraizada na esperança.